terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Curta Doze e Meia realiza sessão escolar de forma mais democrática com açúcar e com afeto

Por Ana Cláudia Vasconcelos - Relatora
em 08/12/2011



A sessão escolar do Cineclube Curta Doze e Meia, a partir do mês de novembro, ficou mais democrática ainda. A novidade é que quem escolhe a temática dos filmes é a instituição de ensino convidada. Foi o que aconteceu com a Escola Estadual Maciel Pinheiro, quando esteve com cerca de 60 alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, no dia 22 de novembro, às 15h00, no Centro Cultural dos Correios para assistir aos filmes sobre O Imaginário Brasileiro.

A decisão foi tomada a partir de três opções oferecidas pela curadoria do Curta Doze e Meia: “O Imaginário Brasileiro” (filmes exibidos no mês de agosto), “Nós Valorizamos as Diferenças!” (em setembro) e o “Circuito Tela Verde” (mês de outubro). “Uma forma mais democrática das escolas interagirem com o nosso trabalho, adaptando-o à realidade de cada turma selecionada”, define a cine-educadora, Ruth Pinho, idealizadora do projeto.

“Os filmes do tema Imaginário Brasileiro despertou a curiosidade da maioria dos professores da escola”, justifica a professora de português, Andréa. Esta temática contempla seis curtas nacionais: Historietas Assombradas (Para Crianças Malcriadas) (SP), Direção: Victor-Hugo Borges, Animação, 15 min, 2005. O Nordestino e o Toque de sua Lamparina (CE), Direção: Ítalo Maia, Animação, 8 min, 1998.  A menina do algodão (PE), Direção: Daniel Bandeira e Kleber Mendonça Filho, Ficção, 8min, 2002. Pajerama (SP),  Animação, 9min, 2008. Alma Carioca - Um Choro de Menino (RJ)Direção: William CôgoAni, 5 min, 2002. A perna cabiluda (PE). Direção: Beto Normal e Marcelo Gomes, Documentário, 19min, 1997.

Antes de começar a sessão, Washington Machado, representante da Aurora Filmes – Academia de Formação Audiovisual convidou os alunos ali presentes para participarem de um curso sobre cinema digital e fazer parte da cadeia produtiva do audiovisual de Pernambuco. “Basta ser aluno da rede estadual de ensino, ter entre 16 e 24 anos, levar uma declaração da escola, RG, CPF e entrar no site: www.aurorafilmes.org.br para obter mais informações”, explicou.

Em seguida, a cineclubista Amanda Ramos deu às boas vindas a todos e perguntou: “O que é isso? Todo mundo sabe o que é o Imaginário Brasileiro? Ele é mais conhecido como folclore. São as lendas populares, indígenas, os causos que geralmente são repassados de gerações para gerações das famílias brasileiras. Prestem também atenção ao gênero, se é um documentário ou uma ficção”, finaliza. E Ruth Pinho complementa: “observem ainda os créditos, o nome do diretor e da equipe de produção, a temática do filme e a cultura onde ele está inserido”, afinando o alhar do público a respeito da linguagem cinematográfica.

Cada filme mereceu muitas palmas, risos, gritos de medo e até de horror. “Mas quais filmes vocês mais gostaram? Perguntou Ruthinha logo após a sessão.  A estudante do 1º ano, Marcela, se apresentou para falar e disse: O do índio Pajerama. O significado por trás da história me impressionou. Ele não precisou de palavras para dizer que o homem estava destruindo a natureza com o desenvolvimento das cidades, o metrô, o asfalto. Aplausos!

O curta pernambucano A Menina do Algodão me fez voltar à infância, comenta a Professora de Português, Andrea. E a Professora Ana Elisa, de História, acrescentou: “trabalhamos na escola as lendas populares nas aulas de arte”. “Para mim, o filme do índio foi muito criativo ao mostrar a realidade, e o da lenda da Perna Cabiluda, que é muito antiga e vem sendo passada de pai para filho”, conclui a estudante do 1º ano, Mayara Tavares, de 16 anos.

O debate provocou a participação dos estudantes e professores, que muito se identificaram com o tema dos filmes. Para finalizar, foram sorteadas camisas e botons do Curta Doze e Meia. Em seguida, todos foram convidados para conhecer uma das mostras em cartaz até 25 de dezembro, no Centro Cultural dos Correios, intitulada "Pra nunca mais me esquecer", do artista plástico recifense José Paulo, cuja série de obras materializadas na forma de esculturas, painéis, objetos e desenhos se apropriam do universo da escrita, dos tipos gráficos móveis e das tipografias. A pipoca e o pirulito de morango foram entregues na saída com açúcar e com afeto por Ruth Pinho e Amanda Ramos.

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